19 de agosto de 2009

caminhar

As frases, que tantas vezes reescrevi em surdina na minha mente, soltas nas tuas mãos: distraidamente penduradas nos teus dedos frios.
Fecho os olhos e obrigo-me a sentir os pés firmes no chão, aperto os lábios na certeza de amordaçar as palavras e respiro fundo. Dás-me a mão e acompanho o teu movimento, com a leve esperança de sentir o mundo dentro de mim. Balanças o corpo num andar despreocupado e sorris entre suspiros, pergunto-me se isso significará que estás feliz. Procuro o teu olhar, mas há tanto ainda para ver, tanto que os meus olhos querem absorver...
Tu, de olhos fixos no horizonte, espalhas os teus sonhos pelo caminho que ainda percorro contigo, e olhas para longe. Tão longe, que não me vês mergulhar de mansinho na paisagem e desaparecer entre o sol e a noite. Eu, guardo um sorriso para ti e vou.