31 de maio de 2010

mergulhar

Fugir. Esconder-me de tudo. Fechar os olhos e sentir o conforto do silêncio. Mergulhar no azul e sentir a calma que me ocupa, que não deixa espaço para mais nada. Nem uma nódoa, nem uma dor, nenhuma dúvida. Esquecer os farrapos de areia molhada na pedra gasta do tempo. Esquecer as noites de trovoada, os fins de tarde cinzentos que molham as janelas e todas as manhãs que custam a começar... Respirar fundo e mergulhar de olhos abertos, sem medo de me afogar.

10 de maio de 2010

Balanço

Lento, compassado. O corpo esquecido num berço de madeira sem protecções. As ondas de dor abraçam-na suavemente e o vento lava-lhe as lágrimas que não quer deixar cair. Os dedos apertados na corda grosseira dão-lhe a segurança insegura de quem raramente tem a certeza mas nunca pensa em duvidar. Os pés cruzados amarram a vontade de fugir e o balanço continua. Insistente, regular, constante. Como se fosse durar para sempre...