31 de janeiro de 2011

Fé.

Percebo agora porque é que tanta gente sente a necessidade de acreditar num deus acima de tudo.
É tão fácil perder a fé nos Homens.

28 de janeiro de 2011

Medos

Segredos, receios, medos. Atilhos que nos amarram os movimentos e pedras que nos agarram ao fundo. Todos os medos que não ousamos pronunciar, com um redundante medo de que se tornem maiores e piores, encostam-se num cantinho de nós e descansam. Até que um dia há um barulho, uma luz, um tilintar na nossa alma que os acorda, que os traz ao palco e que os põe a gritar. Nenhuma das defesas que tínhamos construído distraidamente nos protege e nada aparenta encaixar. Então fechamos os olhos. Esperamos. Respiramos de pulmões apertados e confiamos que tudo foi um pesadelo, que vamos ficar bem, que nada disto vai deixar marcas. Mas deixa. E vamos coleccionando cicatrizes de guerras que nem sempre quisemos. E vamos escondendo as marcas por baixo de capas bonitas, brilhantes, que ofuscam a dor.

5 de janeiro de 2011

Como?

Como é que se encontra o caminho quando já nos perdemos nos atalhos? Como é que se conduzem os pés cansados até ao destino se ninguém sabe se ele existe?

Os passos dados no escuro nem sempre nos levam até à luz, mas ficar imóvel na escuridão não nos tirará de lá. Foram tantas as vezes que deixámos de ser nós a conduzir, tantas as vezes que perdemos o pé e ficámos sem fôlego. São tantos os medos que nos perseguem e que olhamos através do espelho sem fugir e sem os enfrentar. Tantas razões que nos sufocam e amarram. Como é que se esquece que escondidos no escuro podem estar outros perigos?