7 de agosto de 2007

As palavras são como os frutos nas árvores.

Por enquanto vou mordiscando as minhas palavras como quem trinca um fruto verde num acto de rebeldia. Ainda não tenho a paciência necessária para esperar que a fruta no pomar da minha imaginação fique doce e toda a gente a possa saborear.

Sou impaciente, mas é esse sabor agridoce do impulso que me faz ter forças para sorrir despreocupada. É o sentir o sumo fresco nos meus lábios que mata a sede de viver. Sei que um dia vou deixar de gostar da fruta rija e ainda verde, sei que vou passar a fazer o que for preciso para colher os frutos apenas quando estiverem maduros. Mas não me aflige porque quando isto acontecer vou lembrar-me do travo agreste da fruta verde e só isso vai permitir que volte a procurar a força que me faz agora puxar os frutos da árvore antes do tempo, só isso vai permitir-me seguir caminho sem perder quem sou.