Por um momento sentiu-se sufocada. Fugiu a passos nervosos para a rua, sentou-se na varanda, no precipício do arranha-céus. Perdida nos seus pensamentos, não sentia o frio a morder-lhe as faces. Algumas gotas começaram a cair e ela nem reparou, ouvia com atenção um som próximo e suave. Piano.
As teclas gemiam e rasgavam a noite, sustinham a correria da cidade por um instante. Tudo parecia silencioso, as estrelas bebiam sedentas daquela alma desfeita em notas musicais e ela permanecia imóvel, de olhos fechados e o coração escancarado. A melodia dançava no vento, preenchia o ar como um aroma agradável que não se quer esquecer.
Sentiu uma gota fria cair-lhe no joelho, mas não se inquietou. Muitas outras caíram sobre o fim do dia e ela não foi capaz de ser levantar, não enquanto aquele piano tocasse. As notas eram carícias, como doces palavras que se dizem em noites de luar e a noite chegava, embalada pelos acordes certeiros e sofridos.
Quem estaria a tocar? Não sabia, mas tinha a certeza de que permaneceria ali até o silêncio chegar. Imaginou serenamente as mãos de alguém a dançarem nas teclas neutras de um piano de cauda, o coração acelerado de quem tocava ao ver que o piano traduzia sentimentos...quase foi capaz de sentir a sua respiração ritmar a harmonia da música.
E o piano cessou, passados segundos, minutos, horas...talvez dias. E ela sentia a pele gelada e molhada, mas a alma quente e sossegada.
As teclas gemiam e rasgavam a noite, sustinham a correria da cidade por um instante. Tudo parecia silencioso, as estrelas bebiam sedentas daquela alma desfeita em notas musicais e ela permanecia imóvel, de olhos fechados e o coração escancarado. A melodia dançava no vento, preenchia o ar como um aroma agradável que não se quer esquecer.
Sentiu uma gota fria cair-lhe no joelho, mas não se inquietou. Muitas outras caíram sobre o fim do dia e ela não foi capaz de ser levantar, não enquanto aquele piano tocasse. As notas eram carícias, como doces palavras que se dizem em noites de luar e a noite chegava, embalada pelos acordes certeiros e sofridos.
Quem estaria a tocar? Não sabia, mas tinha a certeza de que permaneceria ali até o silêncio chegar. Imaginou serenamente as mãos de alguém a dançarem nas teclas neutras de um piano de cauda, o coração acelerado de quem tocava ao ver que o piano traduzia sentimentos...quase foi capaz de sentir a sua respiração ritmar a harmonia da música.
E o piano cessou, passados segundos, minutos, horas...talvez dias. E ela sentia a pele gelada e molhada, mas a alma quente e sossegada.