Subitamente paras. Sustens a respiração e tentas ouvir o silêncio, nada. Já não sabes o que te trouxe até aqui, mas sentes um enorme alívio na calma que te rodeia.
E ainda assim, não sabes como rotular o facto de teres o coração em alvoroço. Tens latente na pele um constante mutismo de palavras hostis, que te ecoam na mente e roubam a quietude que se abateu sobre ti.Sentes que estiveste a correr durante demasiado tempo e agora paras e não tens posição, simplesmente não te lembras como é ter a respiração singela de quem não se esforça por continuar em movimento. É como ter as pontas dos pés suspensas num abismo, um desconforto seguro, uma inércia espartilhada pela integridade que te obrigas a preservar... uma insegurança que te faz questionar o momento seguinte.