8 de janeiro de 2013

De outros dias

São dias que não são nossos. Ou que não querem ser. Dias que se empurram para chegar a nós e que nós chutamos para longe. Dias de outros.

Nessas manhãs, olho à minha volta e vejo as pessoas, vejo as histórias que invento displicente para elas.  Vejo os sorrisos, os gestos, a roupa que escolheram e a razão que eu lhes dou para a escolherem. E podia olhar para elas o dia todo: deixar os meus pés perdidos pela cidade, dentro e fora dos cafés, para a frente e para trás nos autocarros... até conseguir voltar.

Há dias que não são nossos porque não queremos que sejam. Porque, nesse dias, não nos queremos.