16 de abril de 2005

E um dia o coração estilhaça...

As histórias de amor são mágicas e profundas até que um dia, por algum motivo, há um coração que se parte, que se estilhaça em mil pedaços e se transforma num puzzle por fazer.
E depois há alturas em que o corpo que carrega o coração dilacerado vai ter que cruzar os olhos feridos com os de quem o despedaçou. E surge aquela sensação de pulmões apertados que não deixam bater o coração, e as lágrimas procuram incessantemente os olhos sempre que o coração insiste em bater. E enfraquecemos.
Por muita força que alguém possa ter, há dias em que essa força que parece brotar do nosso peito deixa de chegar até à nossa alma e desfalecemos, caímos, tentando agarrar algo que nos possa segurar, o nosso orgulho, talvez, se ainda o tivermos.
As dúvidas surgem, isto é amor? O amor é esta confusão de sentimentos? Este sofrimento vale a pena? E talvez surjam também algumas respostas, que nos fazem perceber que o amor, se existe, é fraco, subtil, um sentimento-espelho que nos faz sentir por nós próprios aquilo que não conseguimos sentir por quem nos partiu o coração. Mas o amor também pode ser muito bom, pode trazer felicidade, mas a felicidade não é eterna nem incondicional, e às vezes é o amor que apaga a felicidade. Traiçoeiro este sentimento... A loucura dos incontrolados emocionais, mas quem é que consegue controlar totalmente as emoções, ninguém!
E então pode surgir a raiva, a tristeza, a saudade, a vingança, a resignação...uma série de sentimentos que são catalizados pelo amor. A vida perde o sentido por uns tempos e amaldiçoamos tudo à nossa volta e apregoamos que não temos sorte nenhuma, acreditamos que nunca mais vamos conseguir amar assim, aquela foi a última vez...é sempre a última vez. Passado esse tempo de dor, limpamos o sal da cara, lambemos as feridas e levantamos a cabeça. E a vida volta a ser o que era, apenas ficam cicatrizes, marcas em imagens, momentos, palavras que são guardadas no fundo da memória.
E nesse dia em que o coração se estilhaçou, achámos que não seríamos capazes de apanhar todos os pedaços e colar um a um apara podermos voltar a ter um coração, mas mais tarde, damos conta que afinal até o fizemos. Fomos apanhando todos os vidrinhos que espalhámos pelo chão, sorrimos envergonhados e pedimos desculpa pelo estardalhaço.


Tatiana Albino

4 comentários:

Anónimo disse...

é por isso k naõ vou amar mais ninguem já gastei dinheiro a mais em cola!!!!!!!!!!!
ass. micael gonçalves

Bruno disse...

Começo por dizer que adorei o teu texto, embora discordando de muitas coisas (como, aliás, já deves estar habituada em mim).
Este é o meu primeiro comentário ao teu blog, e estou certo de que irá ser o primeiro de muitos outros que irão surgir.
A forma como escreves, como abordas os diferentes temas que tens retratados no teu blog (que está fantástico), é algo que admiro em ti.
Discordo quando afirmas que um dia, por algum motivo, um dos corações se irá estilhaçar, não é regra, e felizmente não acontece sempre (embora reconheça, que na maioria das vezes, talvez seja isso que acontece).
Quando se "perde" alguém que amamos verdadeiramente, a nossa vida muda, não voltando nunca mais a ser o que era. Na verdade, nunca conseguimos esquecer esse amor, nem a pessoa por quem o sentiamos, talvez consigamos um dia ultrapassar esse amor. Esquecê-lo, arriscaria em afirmar que é pouco provável (quando o sentimento, realmente existiu).
O amor, tal como todos os sentimentos é difícil de caracterizar, porque muda de pessoa para pessoa, e ninguém pode afirmar o que quer que seja acerca dele, sem que o que é dito possa ser posto em causa. Quando correspondido, e até mesmo, quando não correspondido, deve ser o sentimento que dá mais força ao Homem, pro diversos motivos.
Revolta-me o facto de quando um coração se estilhaça, a unica força que lhe resta é a força do ódio, da vingança, e de todos os sentimentos que só nos podem tornar pessoas crueis. Digo isto com enorme dor porque já o senti, mas chega sempre o dia em que a saudade da pessoa que estilhaçou o nosso coração, nos aperta e as forças más que invadiram o nosso coração, são expulsas e substituidas pela saudade, e pelo amor que afinal (na maioria dos casos) permaneceu escondido por detrás de todos aqueles sentimos crueis.
Mas acredito também que um dia é possível voltar a amar, secalhar de forma diferente (talvez mais madura), mas até se alcançar essa nova fase, é ncecessário percorrer um caminho, que muitos não conseguem suportar, mas que muitos outros ao percorrerem...crescem...~
Muito mais havia que dizer, mas não me quero alongar mais.

Tatiana, mais uma vez parabéns pelo teu blog, tá excelente!

Beijinhos.

Bruno Pinheiro

StupiDreamer disse...

nothing good can last...
mas ao junatr os pedacinhos todos..percebemos qual a melhor e verdadeira forma de os colar de vez =)*

Procyon disse...

Quero este texto só pra mim... posso?