22 de setembro de 2008

Não molhes o silêncio.

As lágrimas que te caem das pestanas incomodam aqdor que o meu silêncio provoca. Deixa-me ser este forte de pedra que não deixa entrar ameaças, que protege alguma coisa de pouca importância.
Não me importa ter os teus dedos apertados à volta dos meus pulsos, quero ser isto, deixa-me ser isto. E por favor não chores, não murmures lamentos entre soluços, não implores. Não quero olhar para ti. Quero ficar assim, aninhado neste forte, mesmo sabendo que aquilo que protejo é uma rocha e não uma pérola.
E por favor, não molhes o silêncio, este silêncio que me dá serenidade e conforto, este silêncio no qual tu nunca soubeste como existir. És barulhenta e as tuas lágrimas são trovões que se despenham em mim, são sirenes de insuportável volume que me ferem os ouvidos.
Por favor, se queres ficar em mim fica em silêncio.

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito e profundo. O silêncio é uma preciosidade em certas alturas. Não há dúvida, molhar o silêncio é estragá-lo! Muito bom. Gostei.

D@s Pl3ktrüm-/v\ädch3n disse...

"Quero ficar assim, aninhado neste forte, mesmo sabendo que aquilo que protejo é uma rocha e não uma pérola." - Lindo! =) o silêncio é muito mais cheio do que pensamos...

Anónimo disse...

Lindo.
"...sabendo que aquilo que protejo é uma rocha e não uma pérola."
Mas o importante é a força com que a protejemos.

rogério disse...
Este comentário foi removido pelo autor.