6 de maio de 2009

Inquietude

Irrequieta, muda de posição a cada segundo que passa. As mãos vazias, tão cheias de nada. Olha em frente e sente o tempo escorrer-lhe nos dedos como se os dias se atropelassem nas horas. Tudo fervilha, as luzes são intensas e brilhantes e o movimento perpétuo. A respiração entrecortada de quem não consegue controlar as batidas do coração, nervos, ansiedade, tudo o que se esconde nas reacções físicas. Sente a transpiração nas palmas das mãos e apressa-se a limpá-la nas calças de ganga, cruza as pernas e volta a bater o pé ritmadamente. Não sabe ao certo o que a incomoda, mas sabe que não pode ficar assim durante mais tempo.

Pára. Respira fundo e tenta acalmar-se por entre o desespero de não perceber a razão de tanta agitação e os olhares agitados que a atacam. Nunca foi assim, as pessoas não a assustavam. O que mudou?

2 comentários:

Anónimo disse...

Percebo este texto tao bem...

Aplica-se tanto a mim...

mary disse...

A vida é uma constante agitação, e os lugares e as pessoas que outrora faziam parte do nosso ser, são-nos agora estranhos. É a maturidade...