19 de agosto de 2009

caminhar

As frases, que tantas vezes reescrevi em surdina na minha mente, soltas nas tuas mãos: distraidamente penduradas nos teus dedos frios.
Fecho os olhos e obrigo-me a sentir os pés firmes no chão, aperto os lábios na certeza de amordaçar as palavras e respiro fundo. Dás-me a mão e acompanho o teu movimento, com a leve esperança de sentir o mundo dentro de mim. Balanças o corpo num andar despreocupado e sorris entre suspiros, pergunto-me se isso significará que estás feliz. Procuro o teu olhar, mas há tanto ainda para ver, tanto que os meus olhos querem absorver...
Tu, de olhos fixos no horizonte, espalhas os teus sonhos pelo caminho que ainda percorro contigo, e olhas para longe. Tão longe, que não me vês mergulhar de mansinho na paisagem e desaparecer entre o sol e a noite. Eu, guardo um sorriso para ti e vou.

4 comentários:

Vivi Floripi disse...

lindo texto!
adorei encontrar esse espaço.
saiba que mergulharei por aqui.

Bruno Pereira disse...

espectacular :). ja n via cá há algum tempo. ainda bem que continuas a escrever. parabens e continua :).

www.oparaisonaoeaqui.blogspot.com

bj grande :D

Natal disse...

Olá. Bem, admito que já não passava por aqui a algum tempo. É bom saber que ainda continuas com o blog no activo. Força aí, e continuação de bons textos...como sempre! bj

O Profeta disse...

A meiguice dos teus olhos
Enternece a alma mais dura
Sei-te em cada batida de coração
Na verdade da água pura

Voa pelo celeste no seio de uma nuvém branca
A água que beija a ilha
Apaixonou-se pela sua sublime beleza
De emoção chorou perante a maravilha

Uma lagoa recebeu o pranto
Um pássaro sacudiu das penas o orvalho
Uma flor soltou um aroma selvagem
Um homem regou com suor a terra em trabalho

A verdade da terra
De verdadeira verdade se veste a tua alma nua
O mundo conhece teus passos
O teu destino impresso nas pedras de uma rua

Frias pedras, negro basalto
Xaile que molda a paixão
A calma do voo da garça
Um destino largado no chão

Mil pedaços dispersos
Mil pensamentos de inquietação
Onde guardas os teus anseios?
No lado esquerdo do querer, um coração

Triste poeta cavalgando a rima
Voando num mar de emoção, quais vagas
Em mar alteroso navegas sem vela e leme
Aproando o sul, fugindo às mágoas

Uma furtiva lágrima
Será apenas o sal da maresia?
Um castelo mais alto do que o pensamento
Um sol menstruando o céu ao fim do dia

Um mulher, o amor
Às vezes acontece esta união
De um ser que sente diferente
Preso às malhas da paixão

Às vezes alegria nasce da dor
Às vezes no peito acende-se uma luminosa chama
Às vezes explode o sentimento verdadeiro
No...Silêncio de Uma Lágrima...