28 de novembro de 2011

Encontros

Não a ouvi mas senti-lhe o cheiro. Uma lufada de ar fresco com um travo doce que interrompeu o meu pensamento. Não sei se mais alguém a sentiu, desde que perdi a visão o meu olfacto apurou-se.

Com alguma falta de inocência toquei-lhe nos pés com a bengala, foi uma provocação maliciosa porque sabia perfeitamente onde estava o corpo dela - mas às vezes gosto de tirar partido da minha condição. Pedi desculpa apressadamente e ouvi-a responder "não faz mal" numa voz quente e segura, quase cerimoniosa. Senti-lhe um sorriso nas palavras e isso obrigou-me a sorrir também. 

2 comentários:

Milla Carol disse...

lindo, a coisa mais linda que li hoje.


http://pormedodefalar.blogspot.com/

Um brasileiro disse...

Oi. Estive aqui dando uma olhada. Muito legal. Apareça la. Abraços.