21 de agosto de 2008

A manhã acordou cinza. Escura e fria, com a expressão de quem acorda aborrecido e tem dificuldade em abrir os olhos. O sol estava preguiçoso, reticente em assumir a posição dominante a que nos habituou.
E mesmo assim o dia prosseguiu, altivo, sem esperar por ninguém, com a solidez de quem repete os mesmos passos mais vezes do que queria. As horas foram arrastadas, contrariadas num saltitar sereno e audaz. E numa orquestração coordenada, a semana foi desenrolando as suas notas sem parar.
Os sorrisos habituais, as palavras necessárias ao silêncio, todos os elementos foram assumindo o seu lugar sem perguntar porquê. E no fim de cada dança, com os acordes mais calmos, o sol pousa a cabeça no mar e o corpo no horizonte e adormece. Sem saber que a lua chega para lhe velar o sono.

6 comentários:

Anónimo disse...

O meu preferido

B. disse...

Vê-se bem que já vives vida das 9h às 5 com este post :D Não vivemos de noite agora, temos de falar sobre o dia.Ah, acho que vai ser uma fase bonita da nossa vida, e estou feliz por saber que a vamos viver todas(os) juntos.

We're backkkkK!

Anónimo disse...

Há dias em que só procuramos (mesmo que inconscientemente) que terminem para voltarmos a adormecer! E à noites em que só esperamos que se faça dia para nos levantarmos e darmos os passos que dormindo não podemos!

Eu estou numa noite assim..

Bom texto! (:

Anónimo disse...

ops.. aquele à era há :)

Anónimo disse...

Ainda bem que os dias não são todos assim.

Anónimo disse...

Um texto belíssimo sobre o desenrolar de um dia. Concordo, o dia corre pragmático, indiferente às nossas preocupações ou resmungos, não se compadece com as nossas tonalidades de humor. E a lua! Ah! a lua! Essa mandriona que tudo observa com um olhar lânguido e repousante precisamente para nos velar o sono. Muito bom, adorei. Venham mais!