E mesmo assim o dia prosseguiu, altivo, sem esperar por ninguém, com a solidez de quem repete os mesmos passos mais vezes do que queria. As horas foram arrastadas, contrariadas num saltitar sereno e audaz. E numa orquestração coordenada, a semana foi desenrolando as suas notas sem parar.
Os sorrisos habituais, as palavras necessárias ao silêncio, todos os elementos foram assumindo o seu lugar sem perguntar porquê. E no fim de cada dança, com os acordes mais calmos, o sol pousa a cabeça no mar e o corpo no horizonte e adormece. Sem saber que a lua chega para lhe velar o sono.
6 comentários:
O meu preferido
Vê-se bem que já vives vida das 9h às 5 com este post :D Não vivemos de noite agora, temos de falar sobre o dia.Ah, acho que vai ser uma fase bonita da nossa vida, e estou feliz por saber que a vamos viver todas(os) juntos.
We're backkkkK!
Há dias em que só procuramos (mesmo que inconscientemente) que terminem para voltarmos a adormecer! E à noites em que só esperamos que se faça dia para nos levantarmos e darmos os passos que dormindo não podemos!
Eu estou numa noite assim..
Bom texto! (:
ops.. aquele à era há :)
Ainda bem que os dias não são todos assim.
Um texto belíssimo sobre o desenrolar de um dia. Concordo, o dia corre pragmático, indiferente às nossas preocupações ou resmungos, não se compadece com as nossas tonalidades de humor. E a lua! Ah! a lua! Essa mandriona que tudo observa com um olhar lânguido e repousante precisamente para nos velar o sono. Muito bom, adorei. Venham mais!
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